Empresas de Telecomunicação rebatem argumentos de que a Internet no Brasil é Cara e Lenta e de que preço não cai por falta de concorrência. Operadoras também discordam de que construção de Rede Pública seja a saída mais eficiente para levar a Banda Larga ao interior e à população carente
As Empresas de Telefonia (Telecom) fizeram um documento em respostas às acusações de que a Banda Larga no Brasil é Cara, Lenta, Elitista e de que o preço não cai por Falta de Concorrência.
Mesmo à luz de um estudo da ONU, informando que os Países Emergentes precisam acelerar crescimento de Banda Larga, as Teles brasileiras rebatem os argumentos do secretário de Logística e Tecnologia do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, para justificar a criação da infraestrutura de Banda Larga pública.
Segundo uma agência das Nações Unidas (ONU), os Países Emergentes podem acabar perdendo a chance de se beneficiar das tecnologias de informação devido à falta de estrutura para Banda Larga.
A falta de acesso rápido à Internet priva esses países da possibilidade de desenvolver uma indústria de serviços terceirizados, afirmou a Agência de Comércio e Desenvolvimento da ONU, Unctad.
A carência também priva a população desses países de aproveitarem todos os benefícios do uso de celulares.
Empresas e consumidores têm 200 vezes mais chance de ter acesso à Banda Larga em países desenvolvidos que nos mais pobres dos países menos desenvolvidos do mundo, segundo o relatório da Unctad.
No custo da Banda Larga também há uma enorme diferença - mais de 1.300 dólares em Burkina Faso, República Centro-Africana, ante um preço de menos de 13 dólares no Egito e na Tunísia.
Estudos do Ministério do Planejamento materializam a análise da ONU para no cenário brasileiro, como segue (com respostas das Empresas de Telecom in-line):
1) A Banda Larga é Lenta - Segundo o secretário do Planejamento, numa relação de 42 países, o Brasil está em 38º lugar em qualidade da Banda Larga, considerando o tempo necessário para baixar um filme com qualidade de DVD. No Japão, levam-se 11 minutos, e, nos EUA, 38 minutos. No Brasil, são necessárias 3 horas e 38 minutos.
Resp.: para as Empresas de Telecom alegam que o tempo para download de filme não é "comparação justa", porque o Brasil depende mais de links internacionais do que os países desenvolvidos. Admitem que a velocidade média da Banda Larga no Brasil é aquém da dos países desenvolvidos, mas argumentam que é superior à oferecida no México, na Argentina e na média dos países em desenvolvimento.
2) Falta concorrência na oferta do serviço – as Empresas de Telecom alegam que a competição aumentou a partir da venda de pacotes de serviços (telefonia, TV paga e Internet) e que 1.512 empresas possuem licença para oferecer acesso à Internet.
3) A Banda Larga cresce menos do que a venda de computadores - Segundo o Planejamento, 4 milhões de residências possuem computador sem acesso à Internet e a diferença entre os domicílios com computador e os domicílios com Internet cresceu de 2005 para 2008.
Resp.: as Empresas de Telecom dizem que a distância diminuiu nos quatro anos e que a disseminação da Banda Larga está relacionada à renda per capita.
4) É cara e para poucos - É o principal argumento em defesa da construção de uma Rede Pública de Banda Larga. Segundo o Planejamento, o custo médio mensal da conexão de 1 megabit por segundo (Mbps) custa o equivalente a US$ 47 no Brasil, ante US$ 15 nos Estados Unidos.
Resp.: as Empresas de Telecom dizem que, nos últimos três anos, houve redução do preço ao consumidor para todas as velocidades de conexão, tendo chegado a 27% para a conexão de 1 a 2 Mbps.
5) A infraestrutura das empresas é insuficiente - Na visão do Planejamento, as empresas só têm interesse em levar o serviço às áreas rentáveis.
Resp.: as Empresas de Telecom argumentam que a rede de Banda Larga das operadoras chega a 62% dos municípios e a 85% da população e que já assumiram o compromisso com o governo de estender a rede de transmissão ("backhaul") a todos os municípios até o final de 2010.