Três anos atrás, se perguntássemos à qualquer pessoa se trocariam a Videolocadora ou a TV à Cabo por um Serviço de Filmes via Internet, a grande maioria acharia graça da pergunta. A resposta padrão seria: "Eu nunca escolheria por algo que nem sei como usar ou conectar à minha TV versus milhares de filmes e séries de TV à distância de um toque dos dedos".
Hoje, ninguém mais ri deste questionamento...
Em cinco anos, São Paulo, por exemplo, perdeu mais da metade das videolocadoras. Dos 4.800 estabelecimentos no Estado em 2005, só 2 mil ainda funcionam. A pirataria e download ilegal são os vilões…
E o Blu-ray? Seria ele o mocinho?
Acredito que não, pois a mídia física também sucumbiu. Assim, ao meu ver, este segmento de mercado não tem mais salvação e logo ocupará o seu lugar apenas nos livros de história.
Todavia, veja o que pensa o Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo (Sindemvideo): “O horizonte é o blu-ray, porque não dá para piratear. A alta definição não dá para piratear nem fazer download. Por isso, está se apostando nessa nova mídia. É uma sobrevida para as videolocadoras”. Ledo engano, infelizmente o blu-ray já foi quebrado e, felizmente, a @EnterPLAY é uma prova prática de que SIM, dá para assistir a filmes de alta definição via Internet. Não apenas pelo já ultrapassado download, mas também via Streaming, “É clicar e REALMENTE assistir a milhares de filmes e séries de TV à distância de um toque dos dedos”, afirma Fábio Vilardo, sócio-diretor da @EnterPLAY (www.EnterPLAY.com.br).
Já, no que tange à TV à Cabo (ou TV por Assinatura), o chamado “Efeito Netflix” mostra o que ocorre neste front, nesse exato momento nos EUA. Contando com 20 milhões de assinantes e responsável por 61% do mercado de filmes digitais (downloads e streamings de vídeo via Internet) nos Estados Unidos (veja Netflix Dominates Video Streaming: There Will Be Blood), a empresa mostra a impressionante marca de que 1 em cada 5 assinantes de seu serviço não assina a TV à Cabo. Este cenário fica ainda mais crítico se olharmos apenas para os usuários entre 18 e 34 anos, pois, neste caso, 1 em cada 3 deles elegeu o serviço de filmes via Internet em detrimento da TV por Assinatura.
Mas, por que assistir a Filmes via Internet? A resposta é simples, ao invés de ser obrigado à optar pela escassa grade de filmes da programação da TV à Cado e do Pay Per View, podemos assistir a qualquer filme, em qualquer device (PC, Tablet, TV ou Celular), no momento exato em que temos vontade. Ou seja, vivemos a ditadura do consumidor, “eu escolho o que, como, quando e onde assistir”, com toda a comodidade do mundo.
Semana passada, participei do painel "A economia do conteúdo on-demand", no evento TV2.0 (Converge), quando tive a oportunidade de explicar como a @EnterPLAY pode replicar no Brasil o mesmo sucesso que a Netflix obteve nos EUA. Segue abaixo a apresentação exibida no evento:
E quanto ao conteúdo original? O que este tema teria a ver com o assunto? TUDO!
O golpe de misericórdia na Economia da Escassez da TV à Cabo e seu diminuto catálogo de filmes do Pay Per View foi dado há pouco pela Netflix, ao anunciar sua entrada na exibição de conteúdo premium.
Ocorre que, ao disputar com nada menos do que a HBO e a AMC, a Netflix arrematou, por mais de US$ 100 milhões, a nova Série de TV “House of Cards”, produzida por David Fincher (Seven – Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta e A Rede Social) e estrelada por Kevin Spacey (Seven – Os Sete Crimes Capitais, Os Suspeitos e Beleza Americana, entre outros).
Vale lembrar que a Netflix não está pagando pela produção da série, mas sim pelo direito de sua primeira exibição, ou seja, estão comprando a primeira “janela de exibição” deste conteúdo.
Enquanto a empresa fala que este movimento não consiste em uma mudança estratégica, o mercado avalia que, na verdade, pode ser muito mais do que isto.
Até o momento, a Netflix e demais Serviços de Vídeo via Internet não exibem conteúdos em sua “primeira janela”. Ao contrário, estes sites são focados na segunda, terceira e a até quarta janelas de exibição. Exatamente, eles exibem após o cinema e, em alguns casos, até mesmo após a exibição na televisão.
Porém, com House of Cards, o jogo muda completamente. Pela primeira vez, veremos internautas assinando Serviços de Filmes Digitais para assistir a conteúdos via Internet antes mesmo do cinema. E, neste caso, se a série for tão boa, quanto seu elenco sugere que seja, a Netflix experimentará uma avalanche de novos assinantes, dentro em breve.
Este pode ser o primeiro sinal de um possível “cableless future”.
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