O Futuro (presente) do eCommerce é Omnichannel
Mesmo sendo um domingo chuvoso de
outono em São Paulo, Cíntia, de 24 anos, se prepara para renovar seu
guarda-roupa de praia, pois está prestes a iniciar suas tão merecidas férias
no, sempre ensolarado, litoral do nordeste brasileiro.
Cinco anos
atrás, em 2012, ela teria se dirigido diretamente para o seu shopping
preferido. Hoje, porém, ela começa suas compras no conforto de seu sofá,
fazendo uma videoconferência com sua concierge pessoal (personal
stylist) da sua “loja preferida”, loja onde costuma atualizar seu
guarda-roupa mensalmente. A concierge recomenda
vários itens, sobrepondo suas fotos no avatar de Cíntia. Ela rejeita alguns dos
itens imediatamente, e alterna para outra guia de seu navegador a fim de ler a
avaliação de outros internautas sobre os itens que lhe interessaram e,
principalmente, para comparar dos preços com os demais sites na Internet. O
site de comparação de preços acaba mostrando-lhe melhores ofertas para vários
dos itens, que acabam comprados em outras lojas on-line.
Finalmente,
Cíntia decide-se por comprar um dos produtos sugeridos no site da sua loja
preferida e, em seguida, pega seu carro para visitar a loja mais próxima a fim
de experimentar pessoalmente os demais itens dos quais se interessou.
Assim que Cíntia entra na loja,
uma vendedora lhe dá boas vindas, cumprimentando-a pelo nome, e a conduz para o
provador onde seus biquínis e cangas já foram previamente separados – além de
alguns pares de sandálias com sua numeração, caso quisesse comprar mais alguns
itens. Cíntia se apaixona pelas sandálias, então fotografa seus códigos de
barras e acaba achando-os R$ 30 mais baratos em outra loja (em 2012, já
chamávamos este procedimento de showrooming).
Todavia, neste caso, a vendedora está atenta e rapidamente lhe oferece as
sandálias ao mesmo preço da “concorrência móvel”.
A
vendedora ainda lhe oferece um vestidinho, que ela gosta, embora tenha achado
caro… Assim, ela rapidamente envia um vídeo, vestida no “modelito praiano”, para algumas de suas amigas, pedindo suas
opiniões, que respondem imediatamente com polegares para baixo (dislike)… Ou seja,
adeus vestidinho…
Cíntia
então pega os biquínis e a sandália que escolheu, acessa a Internet com seu
smartphone, uma vez mais, agora para baixar os cupons de desconto da Loja
“preferida” (economizando mais R$ 50), e para pagar sua compra diretamente de
seu celular.
Finalmente, no momento em que sai
da loja, uma tela em tamanho natural reconhece seu rosto e oferece-lhe uma
última promoção especial e “irresistível” de um lindo par de óculos escuros.
Como 99,9% das mulheres, Cíntia não resiste à tentação da promoção oferecida,
sorri e usa seu celular para fotografar o código da promoção que aparecia na
tela (QR
Code), autorizando o envio do produto diretamente para sua
casa.
Certamente,
trata-se de um cenário fictício, mas não é tão futurista, quanto pareça ser,
pois toda a tecnologia necessária já está disponível nos dias de hoje. Todavia,
o que pode parecer um sonho para os compradores, ou seja, abundância de
informação, comparação instantânea de preços e promoções individualizadas,
apesar de ser encarado como um obstáculo para algumas operações off-line já e
definitivamente uma tendência real para o “digital commerce”.
Sejam bem-vindos a nova realidade na palma da mão.