quarta-feira, 14 de maio de 2014

Bancos e Startups investem em Pagamentos Móveis

Valor Econômico - 12/05/2014
Bancos e Startups investem em Pagamentos Móveis

Os canais digitais podem se firmar como as principais vias de atendimento bancário já em 2014, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), se mantido o atual ritmo de expansão. Resultados de uma pesquisa da entidade divulgada no fim de abril ilustram esse quadro: a internet e o "mobile banking" responderam por quase metade das transações realizadas no ano passado, com 47% das operações entre 18 instituições, responsáveis por 97% das agências do país.

Para Fabiano Lobo, diretor da Mobile Marketing Association (MMA) América Latina, trata-se de uma tendência irreversível: "o pessoal bancarizado com menos de 25 anos já vê como algo natural usar aplicativos e nem mesmo pisar na agência". No segmento financeiro, as soluções móveis têm evoluído para além do mobile banking, com inovações focadas principalmente nos meios de pagamentos eletrônicos.

Com lançamento previsto para agosto ou setembro deste ano, o sistema de pagamentos móvel Intelimotus se propõe a substituir os cartões físicos por meio de um aplicativo. Conforme o consultor da "startup" e diretor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), Gerson Rolim, a solução vai funcionar em qualquer celular mesmo que não seja um smartphone. "Teremos aplicativos para Android e iPhone, mas também uma versão em java que poderá ser usada em aparelhos comuns", afirma.

Segundo Rolim, o aplicativo usará a tecnologia bluetooth, presente em quase todos os aparelhos móveis, para se comunicar com os terminais nos pontos de venda. "As maquininhas POS já recebem sinal bluetooth e vão perceber o celular como se fosse um cartão comum. Não é preciso fazer nenhuma adaptação nas lojas. Bastará baixar o software no celular gratuitamente e cadastrar os cartões", diz.

Rolim ressalta ainda que o usuário poderá juntar em um mesmo aplicativo seus meios de pagamento, tanto de débito e crédito quanto pré-pagos, e, posteriormente, até benefícios como tíquetes eletrônicos de alimentação e supermercado. De acordo com o consultor, o objetivo da Intelimotus é atingir 1 milhão de usuários até 2016.

A área de pagamentos eletrônicos uniu recentemente dois gigantes financeiros. Banco do Brasil e Bradesco lançaram em 16 de abril a Stelo, uma nova empresa que vai reunir os segmentos de facilitadoras de pagamentos para comércio eletrônico e de carteiras digitais.

Do lado do usuário, o novo serviço, previsto para ser lançado no segundo semestre, mas que já funciona em fase de testes com 200 mil clientes, vai oferecer uma solução chamada carteira digital. Trata-se de uma ferramenta que permite reunir os cartões de crédito, débito e pré-pagos e fazer o desembolso por compras e serviços pela internet ou por meio de aplicativos para smartphones e tablets. Para isso, basta escolher a forma de pagamento e usar o login e a senha do sistema. "Estimamos em 2018 movimentar algo em torno de R$ 10 bilhões por meio da carteira Stelo e atingir 10 milhões de clientes ativos", afirma o diretor de cartões do BB, Raul Moreira.

Dentro de sua estratégia de expansão dos serviços mobile, o Bradesco passou a isentar, desde março, seus clientes de pagar pelo uso de dados para acessar os aplicativos do banco para celulares. De acordo com o diretor de canais digitais do banco, Luca Cavalcanti, "tanto no pré-pago quanto no pós-pago quando o cliente acessa [um serviço do banco] quem paga é o Bradesco".

Conforme o executivo, os chamados canais alternativos, que incluem internet, aplicativos móveis, centrais telefônicas e caixas eletrônicos, já se tornaram os principais meios de atendimento do Bradesco. "Em maio o pico de transações de clientes por esses canais atingiu 5,4 milhões em um dia", afirma.

Sérgio Tauhata

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