Governador de São Paulo faz veto total ao Projeto de Lei 986, aprovado na ALESP, que aumentava a burocracia e cerceava a inovação no e-commerce
PL 986 obrigava as lojas a publicar, com antecedência, as promoções, como a Black Friday. Media que, na prática, extinguia a competitividade das lojas online na data mais importante do Varejo Online brasileiro.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vetou na
íntegra, na última quarta-feira (09/03/2016), o Projeto de Lei 986/2015, de
autoria do deputado Estevam Galvão (DEM), que obrigaria as lojas do varejo
tradicional e online a informar publicamente, e com antecedência, a variação de
preços que um produto em promoção sofreu nos últimos 12 meses. A intenção do
projeto, segundo seu autor, seria coibir a maquiagem de preços, prática
utilizada por alguns lojistas em grandes promoções.
É importante termos leis que façam com que o comércio eletrônico atue
cada vez com mais transparência, mas essas regras não podem ferir a natureza do
próprio negócio, inviabilizando-o.
A definição do preço final de um produto depende da
negociação do lojista com seus fornecedores e pode variar ao longo de um único
dia. Essa negociação é peça-chave em qualquer negócio. Divulgá-la significaria
destruir a essência do negócio e a vantagem competitiva sobre a concorrência
que beneficia o consumidor com os preços mais baixos.
Nesse sentido o Projeto de Lei acabaria prejudicando o
consumidor, determinando o aumento do preço final dos produtos (as empresas
poderiam ser tentadas a repassar ao consumidor o custo para manter as
informações pedidas e emitir notas fiscais com o histórico da variação), o que
poderia acabar matando os descontos acima de 20% (uma vez que o PL se aplica a
descontos acima desse percentual).
Promoções como a Black Friday e a Detonaweb, do comércio
eletrônico, são conhecidas pelos grandes descontos. E é esse justamente o
motivo de seu sucesso. Obrigar os lojistas a revelar sua estratégia de preços
destruiria o objetivo das datas promocionais e a realização de liquidações
sazonais ou relâmpagos. Com o orçamento cada vez mais apertado, o consumidor
acabaria perdendo ainda mais poder de compra.
A camara-e.net, por meio de seu Comitê de Varejo Online,
enviou parecer contrário ao PL para a Casa Civil do Governo do Estado de São
Paulo. O mesmo fez o Procon e a Fecomércio. Em seu veto, o governador Geraldo
Alckimin defende não haver necessidade de um “regramento específico que
interfira na operação comercia, sob a justificativa de defender o consumidor
contra eventuais abusos, que já estão devidamente resguardados pelo Código de
Defesa do Consumidor”.
O veto diz ainda que a proposta do deputado afronta o artigo 170 da Constituição Federal, que trata dos preceitos que regem a ordem econômica e financeira do País. O veto ao PL 986/2015 foi publicado no Diário Oficial da última quinta-feira (10/03).
O veto diz ainda que a proposta do deputado afronta o artigo 170 da Constituição Federal, que trata dos preceitos que regem a ordem econômica e financeira do País. O veto ao PL 986/2015 foi publicado no Diário Oficial da última quinta-feira (10/03).
Nenhum comentário:
Postar um comentário