quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Comitê da camara-e.net cria hub colaborativo de gestão de fraude


A cada 5 segundos, uma empresa do comércio eletrônico brasileiro sofre algum tipo de fraude. Foi pensando em mudar esse cenário que companhias do setor se reuniram para criar o Observatório de Gestão de Fraude (OGF), uma central de compartilhamento de informações contra crimes digitais. O objetivo é se adiantar aos cibercriminosos, alertando empresas e consumidores sobre golpes que estão circulando ou que começam a ser aplicados.

O OGF nasceu de uma iniciativa do comitê Antifraude e Gestão de Riscos, da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). As empresas associadas aos comitês de Meios de Pagamento e Varejo Online sentiram a necessidade de criar uma espécie de alerta conjunto para fraudes. Em 2017, foram registradas 1,72 milhão de tentativas de fraude no e-commerce, segundo levantamento da ClearSale. Isso representa 3,42% das transações realizadas no comércio eletrônico naquele ano.

Tentativas de fraudes no e-commerce

"Os bandidos estão unidos e organizados na hora de criar, disseminar e colocar em prática uma fraude online, enquanto as empresas fazem um trabalho solo na detecção e prevenção", diz Gerson Rolim, diretor de comunicação da camara-e.net, coordenador do OGF e CIO da Observatore, empresa responsável pelo desenvolvimento e suporte da plataforma. "Precisávamos unir esforços no combate aos criminosos e compartilhar conhecimento dentro do grupo, mas como fazer isso se cada empresa tem regras que impedem a troca de informação?".

A solução para o problema veio na forma de uma plataforma que funciona como um hub de confrontamento coletivo da fraude. Estruturado sobre blockchain, o OGF permite a troca anônima de informações entre as empresas participantes da iniciativa sem ferir as regras de compliance de cada uma. Nem quem fornece nem quem pede o dado sabe a origem do pedido, mas as duas pontas têm a garantia de que a resposta vem de fonte confiável e que ela não foi violada durante o tráfego. Durante todo esse processo, nenhuma informação sensível da empresa ou do consumidor é armazenada ou processada.

Por meio desse hub coletivo, em que participam empresas do ecossistema do e-commerce, será possível reduzir a possibilidade de fraude com base na confirmação positiva de informações, e melhorar a análise das transações feitas atualmente por procedimentos manuais ou automatizados.

"É uma aplicação inovadora que vai nos permitir saber quando uma nova fraude está começando a se desenhar, possibilitando que as empresas iniciem um trabalho de prevenção com tempo suficiente para impedir a disseminação", explica Rolim.

Depois de quase um ano discutindo os conceitos, o modelo de compartilhamento de informações e as regras do hub coletivo, o grupo está iniciando o desenvolvimento da plataforma do OGF. A previsão é que até o final de novembro esteja no ar uma versão para testes e, em fevereiro de 2019, a versão final.

Junto com a versão beta, o Observatore (observatore.org) vai colocar no ar um site com informações sobre segurança de dados e lançar cartilhas de segurança mostrando a lojistas do e-commerce e aos consumidores quais são, como identificar e como se prevenir dos golpes mais frequentes. Além disso, o site trará conteúdo relevante e atualizado sobre segurança de dados.

O projeto já despertou interesse em outros países da América Latina. Nesta quinta-feira (11), Luiz Severino e Leandro Garcia, respectivamente, gerentes de tecnologia de risco da Observaitore, vão apresentar o OGF no maior evento de inovação em eCommerce do Chile, o eCommerce Innovation Summit, que acontece em Santiago. Em novembro, será a vez de mostrar a iniciativa para a câmara de comércio eletrônico da Colômbia.

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